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Coluna do Dr. Marcelo Paiva Paes.






A Derrota da Turma do Governo.


Enfim estão encerradas as transferências e filiações partidárias para aqueles que desejam disputar as eleições do ano que vem. Finalmente podemos começar a analisar um pouco mais concretamente o quadro político partidário de Cabo Frio para o ano que vem. Começarei a análise pelo PSDB, partido em que militei na cidade, e do qual me afastei da presidência por força do estatuto no início do ano.

Na época do meu afastamento o PSDB não tinha muitos quadros, e nós tínhamos quatro vereadores na legenda, então era natural que a presidência do partido devesse ser passada para algum deles. O Comilão, um sujeito que se acha esperto, porém é desprovido de qualquer vestígio de inteligência, dava diárias de graça em sua pousada para um assessor de um deputado do partido, em troca do lobby deste assessor junto ao seu deputado para que ele, o “Tudão Gulosão”, assumisse o protagonismo da legenda. O Acyr Rocha era tio do prefeito, persona non grata que, por conseguinte, transferia ao tio esta rejeição. Acyr, na verdade, me parece até ser um sujeito meio folclórico, boa praça, tipo cabofriense legítimo, contador de causos, e eu até acho interessante o fato de que nas conversas de pé de ouvido, ele sempre reclama do sobrinho prefeito, achando que este não lhe deu muito do que teria prometido, apesar do mesmo ter-lhe garantido o mandato de vereador ao colocar Rui Machado no secretariado da prefeitura. O Rui Machado, por sua vez, era secretário de um governo que merecia de mim a mais ampla repugnância, e o Ayres Bessa era uma pessoa cujos interesses eram muito circunscritos ao segundo distrito, não tinha nenhuma grande vaidade. Mas tinha o Silas, que me parecia uma pessoa com capacidade de desejar algo mais para si, e que por ter sido o vereador mais votado da cidade teria sempre algo a manter-lhe com uma certa independência, além do que estava assumindo a presidência da câmara, e se não fizesse como Alfredo Gonçalves (que diminuiu o cargo a um instrumento de chantagem política), poderia ganhar algum protagonismo.

Mas o Silas não conhecia ninguém no partido, e o Comilão conhecia. Este conhecimento do Comilão levou-o logo a buscar mais um apoio no partido, outro assessor do deputado. Pois bem, bancamos a indicação do Silas e conseguimos lograr êxito nesta indicação, apesar de todas as tentativas de reverter esta situação.

O processo continuou, eu me fechei em copas, montei uma estratégia que a muito poucas pessoas ia revelando a conta-gotas, e fui acompanhando todo o processo, blindando o Silas das investidas dos parlapatões do mal junto a direção executiva do partido, e foram muitas investidas. Nas últimas semanas o núcleo do governo estava preparando uma cilada para ele, pois toda a conversa feita com possíveis candidatos a vereador era rapidamente esvaziada por Alfredo e Comilão. Isto levaria o PSDB a não ter candidatos na legenda, o Silas ficaria enfraquecido, e eles poderiam então pressioná-lo a desistir dos seus projetos em função dos interesses de Comilão, Paulo Melo, e Marcos Mendes.

Era chegada a hora de tentar a estratégia trabalhada em silêncio ao longo dos meses, qual fosse: chamar para o partido pessoas com algum dinamismo político e que poderiam construir uma nominata forte e, principalmente, independente desta máquina municipal amorfa, claudicante e moribunda. Assim, abonei a ficha de Valdemir Mendes no PSDB, montei uma estratégia de filiá-lo pelo Diretório Regional do partido, e, em paralelo, fizemos o ingresso de outras pessoas que também não representavam o grupo político do Marquinhos e do Comilão.

Silas Bento, de forma equilibrada e valente, honrou esta posição, acolheu com altivez e carinho estas pessoas, assumiu o espírito democrático de não manter o partido pequeno, e fez valer a sua independência e a independência do poder legislativo.

Por tudo isso alegro-me com a escolha de ter entregue a presidência do PSDB para Silas, e alegro-me com o resultado final das filiações, que desmoralizaram Comilão e Marcos Mendes (líder do governo e prefeito da cidade) pois estes, durante todo este tempo, achavam que nos subjugariam, e que mesmo contra minha vontade, levariam o partido para representar seus interesses mesquinhos e anti-republicanos. Mas não levaram. Silas sai fortalecido desta história. Ele sabe que os puxa-sacos do governo estão apregoando a todo canto que ele vai trair o partido, que ele é o pior de todos, que ele é o verdadeiro mal, e etc., etc., etc. Acho uma pena que estes que há tantos anos andaram com o Silas agora o tratem como um esparrela qualquer, chamando-o de desonrado  e coisas do gênero. Não sabem que estão na verdade dando cada vez mais força para o Silas fazer valer os seus sonhos, e mostrar para os seus amigos e para a sua família que ele tem coragem o suficiente para enfrentar as agruras da decepção com aqueles que sempre se disseram amigos, mas que na verdade são um bando de interesseiros e puxa-sacos do poder.

Ao Valdemir Mendes, seja bem vindo. Vamos por a mão na massa e trabalhar.

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