Por Pedro Nascimento Araujo
Que há chuvas fortes no verão não
é novidade em toda a Região Serrana. Neste ano de 2013, Petrópolis ainda sofre
com o descaso dos 4 anos da administração de Paulo Mustrangi, o pior prefeito
que a cidade já teve – e só não posso garantir que foi o pior que o estado do
Rio de Janeiro já teve porque Marquinho Mendes ficou no poder durante 8. Parada
dura, duríssima, da incompetência: não importa quem venceu – importa que,
durante seus governos, o povo perdeu, assim em Petrópolis como em Cabo Frio.
A situação na Região Serrana é
terrível há muitos anos. Demerval Moreira (Nova Friburgo) e Jorge Mario
(Teresópolis) foram cassados por desvio de verbas. Paulo Mustrangi destruiu de
tal maneira o que Rubens Bomtempo havia construído em Petrópolis que conseguiu
a proeza de não ir para o segundo turno quando tentou a reeleição – situação
que o coloca ao lado de Zito, prefeito que deixou Duque de Caxias sem coleta de
lixo durante os últimos meses de sua administração. Em Petrópolis, a
favelização em áreas de risco foi estimulada em diversos governos como forma de
garantir votos fáceis. Tirando Rubens Bomtempo se propôs a melhorar as
condições de vida da população. Na Região Serrana, a norma sempre foi essa: que
os pobres se virassem para arrumar um lugar para viver era a regra – se não
morressem, votariam; se morressem, a culpa era da natureza, do governador ou do
presidente. Até que Rubens Bomtempo assumiu a prefeitura de Petrópolis e fez
obras de realocação de pessoas em áreas de risco e de beneficiamentos de
comunidades. Não é difícil entender porque ele venceu com tanta folga nas
regiões mais pobres de Petrópolis em 2012.
O verdadeiro caráter das pessoas
se revela nas horas mais difíceis. Assim como foi quando assumiu a prefeitura
de Petrópolis pela primeira vez em 2001, em 2013 Bomtempo teve de enfrentar uma
desgraça que seus antecessores lhe legaram. Assim como em 2001, o prefeito não
se escondeu. Meteu o pé na lama, ligou pessoalmente para moradores que conhecia
em áreas de risco, foi brigar com o governo estadual. Não cruzou os braços.
Anunciou medidas emergenciais e controlou a cidade, protegendo as pessoas. O
que ele fez repercutiu bem, mesmo porque é evidente que ainda não teve tempo
para desfazer os estragos deixados pelo seu antecessor. Na prática, foi
agraciado com a mesma boa vontade com a qual Alexandre Cardoso, prefeito de
Duque de Caxias que enfrentou uma tragédia similar em Xerém literalmente quando
assumiu o cargo em janeiro, havia sido beneficiado. Agora, conforme as
administrações vão progredindo, as responsabilidades vão mudando de mãos. Paulo
Mustrangi, assim como Marquinho Mendes e Zito, não decide mais nada. O governo
de Rubens Bomtempo começou bem, com disposição e coragem na tragédia. Para
terminar bem, vai precisar de disposição e coragem em todas as horas, boas ou
ruins, para construir moradias para as famílias que devem ser removidas de
áreas de risco e para fazer obras de contenção para as que não devem ser
removidas. Disposição e coragem: é disso que Petrópolis precisa.
Pedro Nascimento Araujo é
economista.
Comentários
Postar um comentário