Prometi um artigo ao Álex Garcia sobre
a próxima eleição para governador. Estava esperando os programas partidários e
obviamente a divulgação de pesquisas que normalmente acontecem após os mesmos.
Conheci Lindberg em 2007, mas
conheço e acompanho sua carreira política há muito tempo.
Pelo twitter já trocamos
impressões sobre questões nacionais e publicações na área política. Uma delas
foi sobre o livro A Cabeça do Eleitor Brasileiro. Este livro aborda duas
campanhas em que eu participei e as conclusões sobre as mesmas são equivocadas,
ao expor minhas impressões tive como interlocutor o prefeito de Nova Iguaçu.
Depois disso estive pessoalmente
com ele em várias ocasiões. No centro do Rio, em Macaé, no Méier, várias vezes
em Brasília e na Alerj. Esses encontros foram sempre muito cordiais.
Em 2004 participei do segundo
turno contra ele em
Nova Iguaçu. E até hoje ele não sabe disso e vai continuar
não sabendo. Será que ele lê o Cartão Vermelho?
Foi nesse período que conheci o CANDIDATO/ADVERSÁRIO Lindberg. Tenho
algumas lições deste período.
No início de 2004 eu e meu
ex-sócio fomos procurados por emissários do PTB para discutirmos a candidatura
do Fernando Gonçalves a prefeito de Nova Iguaçu.
- Vocês têm pesquisas?
- Claro. E o nosso candidato tem
hoje 60% das intenções de voto. Mario Marques – prefeito da cidade – tem 12% e
Lindberg 2%.
- Mas e qualitativa, vocês tem?
- Está sendo providenciada, mas
isso não é para agora né? Tá muito longe da eleição.
- É para agora sim. Nós,
incluindo vocês, não conhecemos detalhes do pensamento da cidade a respeito da
política local. Qualquer coisa que falarmos agora pode se demonstrar um pouco
mais à frente em apenas chutes e palpites furados.
Combinamos a qualitativa e
brifamos os prospects. No briefing, só falaram de Mário Marques, Bornier,
Garotinho, Lula, Sergio Cabral, Rosinha, Dornelles e lógico Fernando Gonçalves.
Nada de Lindberg. “Um forasteiro”, “Sem chance” afirmavam eles.
Porém, bastou fazermos a pesquisa
qualitativa para verificarmos que Lindberg tinha chance, e muita. Recomendamos
que intensificassem a pré-campanha do
Fernando e nos contratassem imediatamente. A vitória de Fernando só viria com muito esforço.
Fernando e nos contratassem imediatamente. A vitória de Fernando só viria com muito esforço.
- Meus pares ficam irritados quando abro o
baú, mas não se preocupem, não vou entrar em detalhes. -
Nosso relatório foi rejeitado por
unanimidade pelos prospects. E ainda tivemos de ouvir “vocês estão dourando a
pílula para cobrar caro”.
O tempo passa, o tempo
voa...começou o período eleitoral e Fernando Gonçalves despencou igual elevador
enguiçado. Em trinta dias sua campanha estava seriamente comprometida. E a
turma do PTB voltou a nos procurar. Tarde demais.
Coisas estranhas acontecem.
Faltando trinta dias para o fim da eleição de 2004 fomos contratados para
tentar acertar duas campanhas. Nova Iguaçu para o Mario Marques e Araruama para
Chiquinho. As duas campanhas estavam com muitos problemas, perderiam se nada
fosse feito. As duas eram reeleições.
Meu ex-sócio foi pra Nova Iguaçu,
eu pra Araruama. Chiquinho foi reeleito em Araruama com uma diferença de 0,5%
dos votos válidos.
Fui convocado para ajudar no
segundo turno em
Nova Iguaçu. Mario Marques foi para o segundo turno por 0,5%
dos votos válidos. Lindberg venceu e posteriormente foi reeleito.
Chegou ao Senado pilotando mais
de quatro milhões de votos.
No início dos anos eleitorais um
conceituado instituto de pesquisa do Rio costuma fazer rodadas de encontros
individuais com profissionais da área. Num agradável café da manhã, expõe seus
números e pede impressões sobre o cenário à frente. No item Senado os números
eram:
Cesar e Crivela apareciam com
algo em torno de 40%, em alguns cenários, Cesar chegava a 60%. Lindberg 2%.
Minha opinião foi “Lindberg e
mais um”. E vaticinei “Cesar não se elege”.
Agora todo mundo especula sobre a
eleição para governo do Rio, então vamos lá:
Tem tudo para ser a mais
disputada eleição dos últimos anos. Para isso acontecer basta que as
candidaturas realmente competitivas se mantenham no jogo.
Olhem os números da pesquisa
feita pelo Vox Populi.
Se a eleição fosse hoje daria segundo turno. Certo? E a não ser que acordos e costuras modifiquem muito o cenário atual, teremos provavelmente uma eleição em dois turnos.
O movimento mais difícil é
claramente o do Garotinho. Até outubro a missão do Cabral é inviabilizar de
alguma forma a candidatura do Lindberg. A campanha “Quem é o Pezão?” deu
retorno? Olha de novo a pesquisa acima. Se bem me lembro, Pezão variou na
margem de erro da última pesquisa que tive acesso. Não é nada, não é nada
mesmo. Sem uma agenda voltada para visibilidade volta ao patamar anterior antes
que você consiga soletrar a palavra marqueteiro.
Mas o possível candidato do PT,
com assessoria de João Santana (presentinho do Lula) e a equipe da Caravana da
Cidadania está percorrendo o estado fazendo o que ele faz de melhor. Conversar.
E pra finalizar, alguém tem
pesquisa com o nome do Beltrame ao invés do Pezão?
Até a próxima,
Luiz Barbosa Neves
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