CORRENTE DO BEM | Combate ao coronavírus estimula solidariedade entre profissionais e moradores de Arraial do Cabo.
Em meio à pandemia causada pelo novo
coronavírus, a população de Arraial do Cabo está se unindo em uma grande rede
de solidariedade, para ajudar as pessoas a enfrentar o isolamento social e
seguir a diante. A Cleide Jayne é uma das pessoas que embarcaram no trabalho
voluntário.
A costureira começou a confecção de
mascaras artesanais com o objetivo de aumentar a proteção contra a doença. Essa
foi forma que ela encontrou de fazer sua parte e colaborar com a sociedade,
após exercer a profissão durante 40 anos. Cleide já produziu cerca de 500
máscaras utilizando vários tecidos, que já foram doadas.
“Minha filha é enfermeira e sei bem
quais são as necessidades, é uma situação crítica que estamos vivendo. Eu
percebi o quanto as pessoas precisam de cuidados nesse momento. Aprendi a
costurar com minha mãe e já que eu tenho esse dom, decidi utiliza-lo para fazer
as máscaras. Estou muito feliz em estar ajudando meus irmãos”, contou Cleide.
Como o material está escasso, a costureira
não está conseguindo manter a produção sem receber doações, optando então por
cobrar o valor simbólico, de R$ 2,50 por cada unidade, na intenção de continuar
ajudando o próximo.
Com a mesmo intensão, a Luiza Guerra,
de 35 anos, também embarcou na onda do bem. A jovem, que é coordenadora
pedagógica e artesã, buscou modelos e vídeos tutoriais para iniciar a
confecção. Até agora, 400 pessoas receberam as máscaras produzidas por ela.
“Comecei de forma repentina. Foi uma
inspiração que digo ser divina, daquelas que ouvimos sussurrar em nossos
ouvidos. E estava olhando para a minha máquina, materiais que já tinha, e
lembrei de uma imagem de uma pessoa com a máscara de pano, e, pronto, iniciei a
produção. Anunciei imediatamente no meu Facebook que estaria doando para grupos
de risco”, disse a voluntária.
Luiza contou ainda que a máquina de
costura quebrou, mas isso não foi empecilho para que o bem continuasse a ser
disseminado. Outros voluntários ofereceram máquinas para que a ação não fosse
interrompida. “Gastei todos o material que tinha e fui anunciando que precisava
de mais. Nossa, foi lindo, as pessoas traziam, e mais eram feitas. Fiz todas
como indicado, tecido duplo 100% algodão (tricoline), elástico e amor rs. Desde
então, não parei” explicou a artesã.
E como a felicidade é um bem que se
multiplica, não é que a Luiza chamou a atenção de outras voluntárias?! A
Mariana Andrade, professora conhecida na cidade como Mari, também se
prontificou para o bem coletivo.
“Minha inspiração foi a Luiza Guerra,
achei um ato muito bonito. A minha família é composta por várias costureiras,
mas eu não sabia nem colocar a agulha na máquina. Foi então que aproveitei a
quarentena e pedi a minha mãe, a dona Jailse, para me ensinar a costurar. Eu me
aventurei e aqui estou. As primeiras não saíram tão boas, mas agora já peguei o
ritmo,” contou Mari.
O trabalho em conjunto foi além e
agora as máscaras já estão sendo trocadas por 1kg de alimento não perecível, o
que vai ajudar outras famílias, em situação de vulnerabilidade no município.
As atitudes solidárias podem inspirar
muita gente nesse momento, e foi assim que a notícia sobre a doação das
máscaras se espalhou rapidamente e agora é necessário mais material para que a
produção continue. Por isso, as meninas da corrente do bem precisam de
elástico, tecidos diversos e linhas para costura. Quem tiver interesse em
contribuir, basta entrar em contato pelos telefones: (22) 99929-9729 (Mari),
(22) 99746-9975 Luiza e (22) 99933-0548 (Cleide).
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